O diagnóstico precoce da perda auditiva tem benefícios incalculáveis para a qualidade de vida das pessoas. O desenvolvimento da linguagem e a maneira como nos relacionamos com os outros está em jogo. Descubra quais são os benefícios de identificar a tempo se uma criança apresenta perda auditiva.
A perda auditiva é um problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 34 milhões de crianças apresentam graus de perda auditiva que são incapacitantes.
Estas situações têm consequências graves para o desenvolvimento e a capacidade de relacionamento das crianças, já que os três primeiros anos de vida são chave neste aspecto.
Mas não é somente o seu desempenho acadêmico e social que está em risco; é a sua qualidade de vida e a forma como enfrentarão os problemas cotidianos em todas as etapas de sua existência.
O preocupante, de acordo com números da OMS, é que 60% dos casos de perda auditiva que podem se converter em surdez ou perda auditiva severa, devem-se a causas que podem ser prevenidas e terminam custando $750 milhões de dólares aos sistemas de saúde em nível global¹.
Felizmente, foram desenvolvidos protocolos para identificar esses casos em suas fases iniciais e elaborar com tempo um diagnóstico detalhado da perda auditiva.
Tipos de testes para o diagnóstico da perda auditiva
Se a perda auditiva for congênita, causada por infecções como a rubéola ou por complicações na gravidez ou durante o parto, é importante saber como se realiza um diagnóstico de perda auditiva.
Somente assim pode ser garantida uma intervenção a tempo, com o tratamento adequado de acordo com o tipo e o grau da perda auditiva.
Dependendo do país que você estiver, a maneira como se realiza o teste pode variar, porém geralmente está incluído nos planos de saúde.
Esta é a vida no colégio para uma criança com implante coclear
Comitê multiprofissional em saúde auditiva COMUSA
Criado em 2007, o COMUSA é um comitê multiprofissional que agrega áreas de estudo da Fonoaudiologia, Otologia, Otorrinolaringologia e Pediatria e tem como objetivo discutir e referendar ações voltadas à saúde auditiva de neonatos, lactentes, pré-escolares e escolares, adolescentes, adultos e idosos. Fazem parte do COMUSA representantes da Academia Brasileira de Audiologia (ABA), Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL), Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
SAÚDE AUDITIVA NEONATAL
Triagem Auditiva Neonatal Universal - TANU
Devido ao aumento de unidades hospitalares que vêm implantando a TANU, de aprovações de projetos de leis municipais e estaduais, de questionamentos enviados às entidades pelos seus associados e de pesquisas com fomento de agências federais e estaduais na área da SAÚDE AUDITIVA NEONATAL, as entidades acima mencionadas decidiram elaborar um parecer sobre a TANU, de forma a nortear as ações dos profissionais envolvidos.
O desenvolvimento auditivo segue etapas graduais de complexidade, tendo início já na vida intra-uterina. Assim, para que uma criança adquira a linguagem e desenvolva sua fala, deve ser capaz de detectar sons, localizá-los, discriminá-los, memorizá-los, reconhecê-los e finalmente compreendê-los. Quaisquer dessas etapas, especialmente as iniciais, são de grande importância para que todo o processo se complete, e sua interrupção levará, consequentemente, a prejuízos funcionais importantes no desenvolvimento da criança. Sendo assim, medidas devem ser tomadas o mais rapidamente possível, para que as dificuldades decorrentes de uma privação sensorial possam ser minimizadas. Para tanto, é necessário que se identifique um neonato com deficiência auditiva ainda no primeiro mês de vida, mesmo que em sua história não sejam encontrados indicadores de risco que potencializem a probabilidade desse agravo ter ocorrido.
- A perda auditiva permanente é um grave problema de saúde pública, que apresenta resultados satisfatórios em seu tratamento se a intervenção ocorrer nos primeiros meses de vida;
- Há disponibilidade de métodos efetivos na prática clínica para a identificação de perdas auditivas, tais como o registro das Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) ou Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE);
- A triagem auditiva neonatal realizada apenas em neonatos com IRDA foi apontada como uma estratégia de menor custo; entretanto, pode não identificar cerca de 40-50% de crianças com perdas auditivas permanentes;
- A TANU é apenas a primeira etapa de um programa de saúde auditiva neonatal, devendo ser seguida de medidas de diagnóstico e reabilitação.
O que mostra um diagnóstico efetivo de perda auditiva?
Mostrará se a pessoa apresenta perda auditiva, mas os testes não confirmarão somente isso. Também indicarão o nível da perda e se afeta um ou os dois ouvidos, ou seja, se é unilateral ou bilateral. Também pode mostrar possíveis dicas de tratamento.
Os níveis de perda de acordo com o documento Perda auditiva na infância: que fazer para agir imediatamente, da OMS, são os seguintes:
Um diagnóstico de perda auditiva precoce ajuda a melhorar a audição?
Certamente. Os tratamentos para a surdez ou perda auditiva permitem tomar decisões a tempo de maneira precoce sendo esse o momento com maior efetividade.
Diante dos primeiros sintomas é possível tomar decisões a respeito do tratamento de perda auditiva necessário e das ajudas que melhor se adaptem. As mais conhecidas são:
- Aparelhos auditivos: para quem tem perda auditiva entre leve e moderada;
- Implantes cocleares: para quem tem perda auditiva entre severa a profunda.
Por que é importante o diagnóstico precoce?
Um diagnóstico eficaz da perda auditiva possibilita agir a tempo, permitindo que as pessoas nesta situação possam se integrar com facilidade às rotinas familiares e sociais. Por sua vez, o tratamento adequado e o tempo da perda auditiva facilita nos recém-nascidos o desenvolvimento sem problemas da linguagem e da fala, além de viver sua vida ao máximo sem perder nenhum dos sons que os rodeiam.
Não tratar corretamente a perda auditiva pode gerar algumas dificuldades como:
- Rendimento acadêmico deficiente;
- Mal desempenho profissional;
- Redução da possibilidade de conseguir emprego;
- Estresse e solidão causados pelas dificuldades na comunicação;
- Baixa autoestima.
No entanto, a OMS afirma “que as crianças que nascem surdas ou apresentam uma perda auditiva de maneira muito precoce, mas são objeto das intervenções apropriadas dentro dos seis primeiros meses de vida” terão as mesmas capacidades de desempenho em condições de igualdade com seus colegas que não apresentam limitações nos ouvidos, ao fazer cinco anos.
Por isso é importante procurar ajuda profissional quando tiver qualquer indício de que a criança não escuta bem. Com a assessoria adequada e os testes diagnósticos necessários é possível garantir a uma criança uma vida plena e cheia de satisfações.
Tenha em conta
A informação neste guia é somente para fins educativos e não tem a intenção de diagnosticar, prescrever tratamento ou substituir o conselho do médico. Consulte o seu médico ou profissional da saúde sobre os tratamentos para a perda da audição. Eles poderão assessorar sobre uma solução adequada para a sua condição de perda auditiva. Todos os produtos devem ser usados somente segundo as indicações do seu médico ou profissional da saúde. Nem todos os produtos estão disponíveis em todos os países. Por favor, entre em contato com seu representante local da Cochlear™.
Referencia
¹ OMS: surdez e perda auditiva: https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/deafness-and-hearing-loss
D1772876