Saiba quais são as reais causas da perda auditiva

Se você entender melhor quais são as causas da perda auditiva, será possível prevenir os riscos ou encontrar um tratamento adequado.

Por que se perde a capacidade de escutar? As causas da perda auditiva são variadas e dependem tanto da genética quanto do cuidado que se tem com a saúde auditiva.

O ouvido é um órgão complexo com partes delicadas que, expostas a certos medicamentos ou traumatismos, pode deixar de funcionar corretamente. Algumas alterações ao nascer também não possibilitam que o som realize corretamente o percurso que permite ao cérebro interpretá-lo e convertê-lo nas vozes, música ou barulhos que escutamos.

Como funciona o sentido da escuta?

É mecânico. Não há que fazer qualquer força especial para escutar. É uma dessas atividades do corpo humano que, se tudo estiver bem, você nem sequer notará que está acontecendo, assim como respirar ou enxergar.

Tudo acontece quase que imediatamente, contando o momento da recepção do som em ondas sonoras, sua conversão em energia mecânica e impulsos elétricos que viajam do ouvido externo até o cérebro, onde a informação é interpretada para se converter em um som reconhecível, uma palavra, uma música, um alerta… Para que tudo isso aconteça, é necessário que os ouvidos funcionem corretamente.

Como está composto o ouvido?

O ouvido dos humanos se divide em três partes e cada uma cumpre uma função no processo da audição.

causas da perda auditiva

Como funciona o ouvido?

Dentre os diferentes componentes que se encontram dentro do ouvido, destaca-se o órgão espiral de Corti. Localizado dentro da cóclea, podem ser encontradas entre 15.000 e 20.000 células ciliadas.

Sua importância não está somente no seu papel transformador das vibrações em eletricidade, mas também em sua fragilidade e capacidade de se restaurar. Se alguma coisa as afeta ou lesiona, a qualidade da audição será diminuída ou, dependendo da lesão, se perderá a capacidade de escutar.

O que causa a perda auditiva?

Há diferentes razões pelas quais uma pessoa pode deixar de escutar. Pode-se perder a audição em qualquer idade ou até mesmo, nascer sem essa capacidade.

5% da população mundial apresenta perda auditiva incapacitante, segundo cálculos da Organização Mundial da Saúde¹.

Lesões em qualquer das partes que compõem o ouvido podem afetar a audição.

Perda auditiva por lesão

Quais tipos de batidas ou traumatismos podem gerar uma lesão auditiva? Como dissemos antes, o ouvido é uma estrutura complexa e frágil diante de certas ameaças.

As lesões no tímpano, por exemplo, podem ser um fator que desencadeie um caso de perda auditiva. Como se lesiona o tímpano? Limpar os ouvidos com cotonetes de algodão representa um risco para o tímpano. Ao fazer isso, você está correndo um risco desnecessário.

Há outras maneiras de ter uma lesão acústica:

Transtorno por tratamentos ototóxicos

Outra causa de perda auditiva são os medicamentos chamados ototóxicos, prejudiciais para o funcionamento do ouvido.

“Alguns medicamentos utilizados normalmente, tais como os aminoglicosídeos e os antipalúdicos, podem causar uma perda auditiva irreversível. Isto pode ser prevenido mediante o uso racional dos medicamentos e a sensibilização dos profissionais de saúde com respeito aos riscos que oferecem”.

Advertência da Organização Mundial da Saúde².

Existem mais de 200 medicamentos considerados ototóxicos, tal como aponta a American Speech-Language-Hearing Association (ASHA)³. Uns podem causar perda auditiva e outros podem gerar vertigem ou zumbidos (tinnitus).

Alguns dos medicamentos ototóxicos tendem a ser utilizados para tratar infecções graves, como a gentamicina, a tobramicina, a amicacina e a estreptomicina. Outros, como a cisplatina e a carboplatina, são usados em tratamentos oncológicos. Há também alguns analgésicos de salicilato, a quinina e alguns diuréticos que também podem causar lesões no ouvido.

Por isso a importância de não se medicar por conta própria e de sempre levar em consideração os conceitos médicos e as indicações para o consumo seguro desses medicamentos.

Causas ambientais da perda auditiva

O ambiente no qual se vive ou trabalhe também pode afetar a saúde auditiva. Há trabalhos que representam um risco para o ouvido, especialmente quando a pessoa que os executa está exposta constantemente a barulhos que superam o tolerável pelo ouvido.

Lesão auditiva por exposição a barulhos

O ouvido tem um nível de tolerância ao barulho. A intensidade dos sons se mede em decibéis. Para os humanos a exposição a barulhos superiores aos 85 decibéis durante mais de oito horas já representa uma alteração da saúde e bom funcionamento da audição.

As pessoas que trabalham com máquinas pesadas, em discotecas ou locais com amplificação de som, ou nas estradas ou vias (como as autoridades encarregadas de regular o tráfego veicular) deveriam se cuidar usando protetores para os ouvidos ou fones protetores.

Não é boa ideia tentar neutralizar o barulho com reproduções de música com volume alto. Isso somente disfarça o barulho, mas não protege a audição.

Causas genéticas da perda auditiva

Quando a perda auditiva se manifesta desde o nascimento, é conhecida como perda auditiva congênita. Pode ser unilateral ou bilateral, ou seja, acomete um ou ambos os ouvidos. O importante nestes casos é realizar a tempo o teste auditivo para identificar a perda rapidamente, o que permite um tratamento adequado e um processo de reabilitação que permita às crianças o desenvolvimento normal das suas capacidades cognitivas por meio da fala e da linguagem.

A surdez congênita pode ser causada por mudanças ou mutações nos genes ou ainda porque o feto ou a mãe estiveram expostos a agentes conhecidos como teratogênicos que alteraram o ouvido e por fim, seu correto funcionamento.

Perda auditiva por hereditariedade

As perdas auditivas hereditárias são classificadas em dois grandes grupos: sindrômicas e não sindrômicas⁴. Associada com malformações do ouvido externo ou alterações em outros órgãos e sistemas (sindrômicas) ou que, além da surdez, não apresenta nenhuma outra condição (não sindrômicas).

“A surdez congênita é o transtorno senssorioneural mais predominante em países desenvolvidos, com uma incidência de 1-3 crianças para cada 1.000 recém-nascidos vivos, dos quais mais de 50% são atribuíveis às causas genéticas”⁵.

E se é importante determinar a causa, é ainda mais relevante diagnosticar a perda auditiva a tempo e ter acesso ao tratamento que permita a essa criança poder escutar e viver sua vida sem maiores complicações.

Para isso é necessário que todos os recém-nascidos sejam submetidos à triagem auditiva com a finalidade de encontrar ou descartar perdas auditivas. Esses testes são:

A perda auditiva por fatores de idade

O passar dos anos também afeta o correto funcionamento da audição. Trata-se da presbiacusia, ou seja, a perda auditiva causada pela idade.

O envelhecimento como causa da perda auditiva

Não se trata de uma circunstância que afeta poucas pessoas: estima-se que 60% das pessoas com mais de 70 anos possam ter perda auditiva a partir de 25 decibéis⁶.

Trata-se de um desgaste natural das células ciliadas, o que faz com que a capacidade de escutar se deteriore. Mas, o fato de que seja um processo natural, não significa que não se deva tratar, pois a perda auditiva em idosos tem complicações que afetam seu bem-estar emocional e sua saúde mental, como isolamento social, depressão e até mesmo demência senil⁷.

Isenção de responsabilidade

Procure aconselhamento junto do seu profissional de saúde sobre os tratamentos para a perda auditiva. Os resultados podem variar e o seu profissional de saúde irá aconselhá-lo acerca dos fatores que podem afetar o seu resultado. Leia sempre as instruções de uso. Nem todos os produtos estão disponíveis em todos os países. Contacte o seu representante local da Cochlear para obter informações sobre os produtos.

Referências

D1822044