Usuário de implante coclear encara a corrida da sua vida

Nick Cooke é um motociclista off-road de 20 anos e usuário de implante coclear que recentemente encarou a corrida da sua vida: a desafiadora Tatt’s Finke Desert Race em Alice Springs, na Austrália. Com uma moto que ele mesmo construiu com a ajuda de um amigo da família, Nick se preparou por meses para a prova de dois dias em diferentes terrenos. Este foi seu maior desafio desde que aprendeu a andar de moto aos três anos de idade. 

Incentivado pelos pais, Nick cresceu em contato direto com o esporte. Apesar de ser surdo do ouvido esquerdo desde o nascimento e ter perdido a maior parte da audição do ouvido direito em uma viagem de férias com a família quando estava na terceira série, ele nunca deixou que a perda auditiva fosse um impedimento para fazer o que queria.

Depois de receber um implante coclear quando tinha 10 anos, Nick notou “uma enorme diferença” em sua vida. Não demorou para ele se sentir mais incluído e melhorar suas notas na escola. “Eu não precisava mais sentar na frente da sala, porque conseguia ouvir o professor”, disse ele. “Eu podia jogar baralho ou fazer uma atividade com outro colega sem ter que olhar para eles. Eu conseguia ouvir as pessoas.”

O sistema de implante coclear de Nick também oferecia a segurança de poder ouvir carros e outros veículos, bem como o que era dito ao seu redor, sendo que isso permitiu que ele pudesse andar de moto e praticar diversos esportes enquanto crescia.

“Na escola eu jogava squash, basquete, downball, tênis… eu fazia de tudo”, disse. “Eu realmente não disse não a nenhum esporte. Cresci andando de moto, praticando wakeboard e snowboard.” Nick também encontrou uma maneira de acomodar o seu processador de som CochlearTM Nucleus® 7 embaixo do capacete.

Em vez de motocross, que geralmente envolve grupos de pilotos correndo juntos, Nick escolheu a modalidade enduro, na qual os participantes correm em um tempo previamente definido e com uma largada escalonada de acordo com sua posição em um contra-relógio preliminar.

“É um pouco mais seguro tendo um equipamento mais aprimorado. Na minha opinião, é mais conveniente também. Há menos acidentes, é mais técnico”, disse Nick que, por causa do barulho dos motores, não precisa depender da audição durante a corrida em si.

Além da academia e da corrida, trabalhar em tempo integral como aprendiz de paisagista ajudou Nick a se preparar fisicamente para este último desafio, com uma rotina de correr em alta velocidade por três horas e meia sem parar todos os dias.

Ciente das restrições da COVID-19 no seu estado, Nick conseguiu chegar ao local da corrida antes do fechamento das fronteiras e competir nos primeiros 230 km. Ao participar da competição pela primeira vez, ele disse que seu objetivo não era estar entre os pilotos mais rápidos, mas terminar a corrida e “aprender a fazer isso corretamente e com segurança” nas condições de areia e deserto.

Muitos competidores ficaram impressionados com a participação de Nick na corrida e se interessaram em saber sobre seu implante coclear e a sua motivação para competir.

“Eles acharam incrível o fato de eu ter chegado tão longe, ter participado da corrida e não ver minha perda auditiva como algo negativo”, disse Nick. “Ser aberto sobre isso ajuda a educar as pessoas também, para que elas saibam como conversar com outra pessoa com deficiência auditiva”.

Já de olho no Finke Desert Race do próximo ano, Nick está ansioso para inspirar outros jovens usuários de implante coclear a “seguir em frente com não importa o que seja: surf, snowboard, andar de moto. Não deixe que a sua deficiência auditiva ou qualquer outra deficiência impeça você de fazer o que gosta”. Ele diz que não se trata de ser o melhor, mas sim de participar, se divertir e fazer o melhor que puder.