Uma audiologista responde: o que é reabilitação auditiva e ela funciona  mesmo?

Você já ouviu falar sobre reabilitação auditiva, mas quer saber do que  realmente se trata e se ela funciona para pessoas com implante coclear? 

A reabilitação auditiva abrange muito mais do que só a prática auditiva. Ela  pode ajudar a superar dificuldades pessoais de viver com a perda auditiva e  ajudar as pessoas a usar a tecnologia auditiva de maneira mais eficaz. Aqui  estão algumas atividades comuns da reabilitação: 

  • Definir objetivos de audição.
  • Desenvolver estratégias de comunicação
  • Escolher soluções de tecnologia.
  • Praticar a escuta regularmente.
  • Construir uma rede de apoio social.

Para explicar mais, ninguém melhor do que uma audiologista que também teve perda auditiva. 

Doutora em audiologia e diretora de uma clínica auditiva nos EUA, a Dra. Laura  Pratesi foi diagnosticada com perda auditiva progressiva quando tinha cinco  anos de idade. Depois de lutar durante anos contra a perda auditiva não  tratada, ela é hoje apaixonada por distúrbios auditivos e de equilíbrio. 

Nesta sessão de perguntas e respostas, a Dra. Pratesi conta por que a  reabilitação auditiva é importante e como ela pode ser colocada em prática.  Também temos algumas dicas para você começar em casa. 

P: O quanto a reabilitação auditiva é valiosa para os pacientes?

R: A reabilitação auditiva é muito valiosa. Eu recomendo aos pacientes em  praticamente todas as fases da jornada auditiva. 

Sempre digo que ela é como uma fisioterapia para o cérebro. Independentemente das habilidades que o paciente deseja fortalecer ou  desenvolver, crie um plano de tratamento e uma meta a ser trabalhada.

P: Por que você acha que um programa de reabilitação auditiva é importante na sua prática?

R: Focar na reabilitação auditiva significa que nossa clínica está trabalhando  para tratar a pessoa como um todo. Não podemos simplesmente colocar um  conjunto de aparelhos auditivos ou um implante coclear e pronto. 

Quando o cérebro é privado de certos sons (às vezes durante décadas), leva um tempo para ele reaprender a ouvir e processar. 

Eu mesmo nasci com perda auditiva e não ouvi muito no ouvido esquerdo nos  primeiros 20 anos da minha vida, até começar a usar um aparelho auditivo. 

Lembro do tempo que levei para me acostumar a ouvir o barulho da geladeira  e o tique-taque do relógio. Passei uns dois anos usando aparelhos auditivos até  que consegui tolerá-los no volume máximo recomendado para minha perda  auditiva. 

Mesmo agora, se eu alternar entre tecnologias antigas e novas ou entre  marcas de aparelhos auditivos, meu cérebro leva umas duas ou três semanas até se ajustar às diferenças. 

Faz sentido que os outros também precisem de um tempo para se ajustar. É  importante considerar a duração da surdez do paciente, o início da perda  auditiva pré ou pós-lingual (ou seja, antes ou depois do desenvolvimento da  fala) e as intervenções utilizadas até o momento.  

Como profissional de saúde e alguém com perda auditiva, acho importante tratarmos a pessoa como um todo. Muitos buscam melhor acesso ao som e  maior facilidade de comunicação. Por que não tentar tratar dessas  preocupações? 

P: Em que momento você fala sobre a reabilitação auditiva para um paciente?

R: Eu menciono a reabilitação auditiva desde o primeiro dia. Na prática particular, se os pacientes estão no meu consultório é porque eles sentem que  estão tendo alguma dificuldade. Eles reconheceram que existe um problema e  querem chegar à raiz dele. 

Eu ouço atentamente todos os sintomas e preocupações. Mesmo os pacientes que apresentam resultados dos testes na faixa “normal” podem não ter um  desempenho tão ideal quanto gostariam. 

Para alguns pacientes, o desafio pode ter mais a ver com o processamento  auditivo do que com a anatomia e a fisiologia, mas isso não significa que as dificuldades não sejam reais e que não precisem ser tratadas.  

Se um paciente estiver na minha frente com uma reclamação, eu vou trabalhar  com ele para encontrar uma solução para o problema! 

Mas então, o que é possível fazer em casa para começar?

  • Ouvir audiolivros enquanto lê. Encontre um narrador com um sotaque parecido e experimente outros sotaques para desenvolver habilidades auditivas.
  • Usar legendas na TV ou no YouTube. Assista ao jornal ou a uma TED Talk (ajuda se a pessoa estiver falando devagar e de frente para a câmera). Transmitir um podcast ou talk show diretamente para o seu processador de  som. 
  • Combinar com um amigo de conversar através de uma chamada de vídeo para que você possa fazer leitura labial.
  • Praticar conversando com um amigo em uma cafeteria local em um horário não tão movimentado.
  • Pesquisar playlists no Spotify criadas por pessoas que usam implante coclear. Acompanhe a letra da música enquanto ouve ou assista no YouTube com legenda. 

Existem maneiras simples de encarar a reabilitação de maneira proativa,  portanto, não sinta que você precisa esperar o seu médico tocar no assunto.  Por exemplo, tenha um diário auditivo ou uma galeria de fotos no celular para  documentar situações desafiadoras para as quais você gostaria de ajuda.  Escreva seus objetivos de audição específicos para falar sobre eles na sua próxima consulta. Você pode encontrar grupos de autoajuda on-line ou praticar a audição diariamente em casa. E não deixe de encontrar maneiras de  relaxar e diminuir o estresse relacionado à audição. 

*A Dra. Laura Pratesi é formada em Ciências e Transtornos da Comunicação com ênfase em  Desenvolvimento Humano pela Universidade de Auburn, nos EUA, e recebeu o título de Doutora em Audiologia pela Universidade de Auburn, em 2012. 

Código: D2208723

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