Detecção precoce da surdez: a importância do Teste da Orelhinha

Quando mais cedo a deficiência auditiva for diagnosticada, mais saudável será o desenvolvimento da criança, pois a audição impacta diretamente sua capacidade de adquirir linguagem, socializar e aprender. Um diagnóstico tardio pode resultar em atrasos no desenvolvimento cognitivo e linguístico, afetando o desempenho escolar e as interações sociais no futuro.

Triagem auditiva neonatal

Um dos principais métodos de detecção precoce da surdez é o Teste da Orelhinha, ou Triagem Auditiva Neonatal. No Brasil, a Lei Federal nº 12.303, de 2010, tornou obrigatório o exame para todos os recém-nascidos, reforçando sua importância como política pública de saúde. O teste é rápido, indolor e não invasivo, sendo realizado geralmente nas primeiras 48 horas de vida, ainda na maternidade. O Teste da Orelhinha utiliza emissões otoacústicas, que medem a resposta das células auditivas do ouvido interno a estímulos sonoros. O ideal é que seja feito durante o primeiro mês de vida. Caso o resultado seja alterado, exames complementares devem ser realizados para confirmar ou descartar a perda auditiva.

Janela de neuroplasticidade

A detecção precoce da deficiência auditiva permite aproveitar a janela de neuroplasticidade (a capacidade do cérebro de se reorganizar formando novas conexões neurais). Os primeiros anos de vida de uma criança são o período-chave no que se refere à aquisição de linguagem. Até os 3 anos de idade, existe um período chamado “período crítico” de aprendizado, quando o cérebro é mais receptivo aos novos estímulos, incluindo os auditivos. Se uma criança com perda auditiva recebe o estímulo necessário durante esse período, ela tem maior probabilidade de desenvolver a linguagem oral de forma similar aos seus pares ouvintes.

É justamente por aproveitar a janela de neuroplasticidade que o Teste da Orelhinha desempenha um papel tão importante, pois garante que, caso a perda auditiva seja identificada, a criança possa ser encaminhada para o tratamento logo nos primeiros meses de vida. Com o diagnóstico precoce, é possível explorar ao máximo a neuroplasticidade do cérebro infantil, oferecendo à criança condições adequadas para o desenvolvimento da linguagem. Uma vez diagnosticada a perda auditiva, caso a família opte pela comunicação oral, o tratamento pode incluir desde o uso de aparelhos auditivos até a indicação de um implante coclear, dependendo do grau de perda auditiva.

Reabilitação auditiva e suporte familiar

A reabilitação auditiva vai além da indicação de tecnologias adequadas para a perda auditiva: o tratamento também auxilia a criança a aprender a ouvir, processar e responder aos sons. Uma reabilitação auditiva adequada inclui o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, composta por médico otorrinolaringologista, fonoaudiólogo de programação dos aparelhos ou implantes auditivos, fonoaudiólogo de terapia de reabilitação auditiva e, em alguns casos, acompanhamento com psicólogo e psicopedagogo, que também são responsáveis por apoiar a família e monitorar o progresso da criança após a cirurgia.

Por isso, é tão importante a detecção precoce da surdez por meio de exames como o Teste da Orelhinha, essenciais para garantir que crianças com perda auditiva recebam os estímulos adequados no momento mais crucial para o desenvolvimento cerebral e linguístico.

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Isenção de responsabilidade

Procure aconselhamento junto do seu profissional de saúde sobre os tratamentos para a perda auditiva. Os resultados podem variar e o seu profissional de saúde irá aconselhá-lo acerca dos fatores que podem afetar o seu resultado. Leia sempre as instruções de uso. Nem todos os produtos estão disponíveis em todos os países. Contacte o seu representante local da Cochlear para obter informações sobre os produtos.

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Foto de Anna Shvets