Como empoderar seu filho com perda auditiva na adolescência: a história de Ricardo Ribeiro

Ricardo Ribeiro de Almeida tem 41 anos e usa o processador de som Cochlear™ Nucleus® 7. Sua trajetória é marcada por aprendizados, desafios e conquistas que mostram como é possível transformar a perda auditiva em uma oportunidade de crescimento.

Ele descobriu a condição aos 17 anos e, como primeira solução, começou a usar um aparelho auditivo. “Naquela época, ainda era analógico (o aparelho auditivo). Se eu usei por dois anos e de vez em quando, foi muito. Com 30 anos, quando minha filha nasceu, voltei a usá-lo, agora com tecnologia digital, e continuei assim até os 38”, lembra Ricardo.

Aos 38, Ricardo decidiu explorar um novo universo de sons com um sistema de implante coclear.

Em entrevista à equipe da Cochlear América Latina, Ricardo contou como enfrentou os desafios da perda auditiva na adolescência. Ele também deu conselhos práticos e inspiradores para jovens que vivem essa realidade e para pais que buscam compreender como apoiar seus filhos ao longo do processo.

Abraçar a autenticidade: o primeiro passo para o empoderamento

Eu me lembro claramente de sentir vergonha de mostrar minha perda auditiva. Estava no segundo e terceiro ano do ensino médio”, recorda Ricardo.

Durante a adolescência, ele usava chapéu para esconder o aparelho auditivo, mesmo nos dias mais quentes. Esse desejo de não ser notado fez com que ele se sentisse isolado. “Foi um preconceito que eu mesmo criei”, admite.

Sempre tentei esconder porque tinha medo do que os outros pensariam. Posso confirmar que essa é a pior forma de lidar com isso”, completa.

Segundo Ricardo, uma das lições mais valiosas foi entender a importância de falar abertamente sobre a perda auditiva.

Um dia, um colega tirou meu chapéu e viu o aparelho auditivo. Ele percebeu que eu estava desconfortável. Depois, ele se aproximou e disse: ‘Por que você não me contou? É mais fácil se a gente souber, assim podemos conversar melhor com você'”, relembra.

Esse episódio fez Ricardo perceber que as pessoas não têm como adivinhar a condição dos outros. Quando sabem, muitas vezes demonstram empatia e se adaptam à conversa. “Toda aquela tensão que eu criava desapareceu. No fim, consegui conversar sem problemas”, reflete Ricardo.

Foi nesse momento que ele entendeu que falar sobre a perda auditiva era essencial para melhorar a comunicação com os demais.

Mais que um esporte, uma ferramenta para se conectar

Atividades extracurriculares podem ser uma poderosa ferramenta de integração social na adolescência. No caso do Ricardo, ele encontrou no taekwondo uma forma de se conectar com os colegas. “Durante as aulas práticas, eu pedia sinais e gestos para entender o que deveria fazer e sempre recebi o apoio de todos”, conta.

Ele descreve a experiência com o implante coclear como uma mudança radical em sua vida. “Com o implante coclear, confesso que ouço perfeitamente. Costumo dizer que ouço tanto quanto um ‘ouvido humano’. Os sons da natureza são os que mais me impressionam pela perfeição, principalmente depois de anos sem ouvi-los”, relata.

Ele também destaca a utilidade da solução auditiva nas atividades do dia a dia. “Eu ando de moto e agora me sinto muito mais seguro, porque mesmo com capacete, consigo ouvir buzinas e sirenes, algo que antes não acontecia”, observa.

O papel do implante coclear na adolescência

Para os adolescentes com dúvidas sobre a tecnologia, Ricardo ressalta que o implante pode transformar a forma de interagir com o mundo.

“A qualidade do som é perfeita, idêntica à de um “ouvido humano”. No início, eu comparava o que ouvia com outras pessoas, e é realmente perfeito. O implante me permitiu voltar ao mundo dos sons. Depois de três anos de uso, não tenho nada negativo a apontar”, afirma.

Ao ser questionado sobre qual mensagem gostaria de compartilhar com jovens que enfrentam os mesmos desafios, ele diz o seguinte:

Não guarde o seu problema para si. Fale abertamente sobre ele, seja em uma roda de amigos, em uma consulta médica ou em uma loja. Diga: ‘Tenho problemas de audição e estou com dificuldade para ouvir. Você pode repetir olhando para mim?’ Pela minha experiência, toda aquela tensão interna, medo e constrangimento de não entender vão desaparecer. É um alívio imediato. Não tenha vergonha. Pense assim: uma pessoa que não enxerga bem usa óculos, certo? Então, uma pessoa que não ouve bem usa aparelho auditivo ou implante coclear, e está tudo certo.”

Conselhos para pais

Ricardo compartilhou 3 conselhos valiosos para pais que querem apoiar seus filhos ao longo do caminho:

  • Incentive a independência: “Não responda por eles quando alguém fizer uma pergunta”, recomenda. Permitir que os adolescentes falem por si mesmos fortalece a autonomia.
  • ​​Evite suposições: frases como “Você não deveria ouvir bem com o aparelho auditivo?” podem ser desanimadoras. Ricardo explica: “Uma pessoa com óculos nem sempre enxerga perfeitamente, e o mesmo se aplica a nós”. Em vez de questionar, é melhor demonstrar compreensão e paciência.
  • ​Comunique-se de forma clara: perguntar se a pessoa entendeu e repetir informações quando necessário é uma maneira eficaz de apoiar seu filho, amigo ou familiar.

Superar o preconceito e abrir caminhos

A história de Ricardo Ribeiro de Almeida mostra que falar abertamente sobre a perda auditiva, abraçar as tecnologias, como o implante coclear, e aprender a pedir apoio são passos fundamentais para superar desafios e viver uma vida plena.

Ricardo reforça que a autoconfiança e a comunicação aberta são essenciais para transformar inseguranças em oportunidades de crescimento. Para os adolescentes, suas palavras são um lembrete inspirador de que ninguém está sozinho e que sempre é possível se fortalecer e seguir em frente.

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Procure orientação do seu médico sobre tratamentos para perda auditiva. Os resultados podem variar e o seu profissional de saúde irá aconselhá-lo sobre os fatores que podem afetar o resultado. Siga sempre as instruções de uso. Nem todos os produtos estão disponíveis em todos os países. Entre em contato com o representante local da Cochlear para obter informações sobre o produto.

As opiniões expressas são individuais. Consulte seu profissional de saúde para determinar se você pode utilizar a tecnologia Cochlear.