Saiba o que é a triagem auditiva que o seu bebê deve fazer ao nascer. Isto permitirá identificar a tempo a presença de algum tipo de perda auditiva.
Talvez a palavra triagem não seja muito familiar. De fato, muitas mães não têm conhecimento sobre este teste auditivo que deve ser realizado nos bebês recém-nascidos.
“A necessidade de identificar uma possível perda auditiva ao nascer e garantir o diagnóstico e intervenção antes dos seis meses de idade é reconhecido como um padrão de saúde internacional”. Assim é descrito pela revista Acta Otorrinolaringológica Española, em seu artigo sobre triagem auditiva neonatal.
Sobre a execução desse teste, existe um Consenso Latino-americano sobre a Triagem Auditiva Neonatal, bem como foi ampliada a aplicação obrigatória e gratuita da Triagem Metabólica Neonatal na América Latina.
Há, em média, 11 milhões de nascimentos anuais na América Latina. É necessário realizar a triagem em todas as crianças.
O que é uma triagem auditiva neonatal?
Trata-se de um teste objetivo que permite identificar precocemente possíveis perdas auditivas em seu bebê.
Há que esclarecer que existem duas fases ou etapas de triagem:
Emissões otoacústicas
É o primeiro teste realizado para detectar a presença de perda auditiva ou surdez em recém-nascidos. Pode ser realizado desde o nascimento.
É um estudo não invasivo no qual se permite identificar a viabilidade das células ciliadas externas (dentro da cóclea), mediante o uso de emissões otoacústicas, colocando um receptor em cada ouvido do paciente. Sua duração é de alguns segundos.
Segundo a resposta destas células, pode ser identificada alguma lesão no ouvido. No entanto, não quantifica a perda, ou seja, não permite apontar o grau da perda auditiva.
Se esse teste indicar uma alteração, deve-se realizar o segundo teste de triagem: Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico ou de Estado Estável.
Potenciais Evocados Auditivos
Este teste permite avaliar o restante da via auditiva e medir em que grau ou nível se encontra a audição: normal ou com algum tipo de perda auditiva, podendo ser leve, moderada, severa ou profunda.
Para realizar este teste, são conectados eletrodos na cabeça da criança e são colocados fones que emitem som (“clics”). Isto é feito para determinar, caso exista uma perda auditiva, se é unilateral (acomete um só ouvido) ou bilateral (acomete ambos os ouvidos).
O teste deve ser realizado com o paciente em repouso ou enquanto o bebê estiver dormindo, o que não gera nenhum inconveniente em um recém-nascido. Quando se realiza em uma criança com idade mais avançada, deve-se praticar o teste quando a criança estiver dormindo ou sedada, pois deve permanecer quieta para não interferir em uma medição idônea.
Com a realização destes dois testes de triagem, podemos afirmar que houve uma identificação completa de qualquer perda auditiva.
“São necessários esforços contínuos para nos certificarmos que os 11 milhões de nascimentos anuais, em média, na América Latina, sejam examinados para identificar a perda auditiva e para que possam receber os serviços de seguimento recomendados”.
Pesquisadora Barbara Gerner de García
O que fazer se o seu bebê for diagnosticado com perda auditiva?
Se for identificada alguma alteração na audição da criança, alguma perda auditiva, o passo a seguir é avaliar qual é a melhor alternativa possível. O que se busca é encontrar a melhor solução auditiva, o mais rápido possível, para que a criança possa escutar sem dificuldades e desenvolver a linguagem oral.
De acordo com o grau e tipo de perda auditiva diagnosticada, se indica a solução auditiva adequada:
- Aparelhos auditivos;
- Implante coclear;
- Implante acústico ou de condução óssea.
Se depois de usar os aparelhos auditivos não houver melhora e a criança não estiver respondendo a esta solução e não consegue desenvolver a linguagem, o paciente entra no protocolo de implante coclear.
A solução de implante coclear somente é considerada quando a perda auditiva está entre severa e profunda e o paciente não responder como se espera com o uso dos aparelhos auditivos.
O que é o protocolo de implante coclear?
Segundo explica o especialista, este protocolo é mundial e é realizado nas clínicas e hospitais eticamente responsáveis.
Em todo centro de implante corretamente estabelecido existe um comitê de implante coclear, formado por diferentes profissionais e especialistas da saúde: otologista (cirurgião especialista em ouvido), audiólogo, terapeuta da linguagem, psicólogo, trabalhador social, entre outros.
Cada um deles oferece seu ponto de vista em cada caso particularmente. Ou seja, este comitê faz um estudo para cada paciente e, assim, determina se é aconselhável ou não considerar uma cirurgia de implante.
Por que é importante realizar uma triagem auditiva neonatal?
A triagem auditiva neonatal é, como mencionado anteriormente, fundamental para identificar a tempo qualquer perda auditiva ou surdez em um recém-nascido.
O fato deste teste, nos primeiros dias após o nascimento, gerar um resultado “normal”, não significa que mais adiante não exista a possibilidade de ter uma perda por outras causas.
É importante que os pais de família tenham conhecimento sobre as etapas do desenvolvimento auditivo e da linguagem que o bebê estiver passando durante seu crescimento para poder identificar possíveis alterações na audição e tratá-las a tempo.
Causas da perda auditiva em recém-nascidos
- Gravidez de alto risco;
- Antecedentes familiares de surdez;
- Qualquer malformação no rosto, pescoço ou ouvidos;
- Sofrimento fetal;
- Nascimento prematuro;
- Peso baixo ao nascer (menos de 1.500 g);
- Teste de Apgar (exame clínico que se realiza no recém-nascido depois do parto, onde cinco parâmetros são avaliados sobre o estado geral do bebê) após 5 minutos de ter nascido;
- Necessidade de permanência em incubadora durante mais de 24 horas;
- Permanência em Unidade de Terapia Intensiva durante mais de 24 horas;
- Hiperbilirrubinemia, a qual gera coloração amarelada da pele e mucosa (ictericia);
- Transfusões de sangue nos primeiros dias/horas de vida;
- Administração de medicamentos ototóxicos (como por exemplo, antibióticos da família dos aminoglicosídeos);
- Doenças infecciosas maternas como rubéola, sarampo, varicela, citomegalovírus ou toxoplasmose.
Tenha em conta
A informação neste guia é somente para fins educativos e não tem a intenção de diagnosticar, prescrever tratamento ou substituir o conselho do médico. Consulte o seu médico ou profissional da saúde sobre os tratamentos para a perda da audição. Eles poderão assessorar sobre uma solução adequada para a sua condição de perda auditiva. Todos os produtos devem ser usados somente segundo as indicações do seu médico ou profissional da saúde. Nem todos os produtos estão disponíveis em todos os países. Por favor, entre em contato com seu representante local da Cochlear™.